segunda-feira, 13 de abril de 2009

NÃO TENHO MEDO DA MUDANÇA. PELO CONTRÁRIO, TENHO CONSCIÊNCIA DO MEU DEVER HISTÓRICO


Merenda terceirizada é servida na EMEF Francisco Gomes: comida preparada no local com acompanhamento nutricional profissional e sem deslocamentos desnecessários


O final de semana de Páscoa foi marcado por matérias na imprensa questionando minha decisão de promover experiências com a terceirização da merenda escolar. É natural e faz parte do jogo político. Quero promover mudanças e há resistências naturais às modificações. Não tenho medo de mudar; pelo contrário, tenho plena consciência do meu dever histórico. Todos sabem que a Central de Alimentação já não comporta mais as exigências dos dias atuais. Há mais escolas, mais alunos e a logística de distribuição da merenda produzida na Central remonta a um conceito que funcionava muito bem há 30 anos. Hoje, os tempos, as demandas e a realidade são outros. Na primeira página de ontem do jornal "O Guaíra", fizemos, eu e a Malú, os comentários que consideramos pertinentes sobre o assunto. Em resumo, as experiências com a merenda terceirizada vão continuar. Os pais de alunos, que já aprovaram a qualidade dos alimentos servidos, agradecem. Abaixo, transcrição da matéria em que colocamos nossa posição:


”A Malú, digna de minha absoluta e irrestrita confiança, tem feito um trabalho formidável na Educação; conquistas históricas como a vinda do Sistema COC de Ensino para a rede municipal e a aprovação dos pais de alunos à experiência da merenda escolar terceirizada estão entre as excelentes e inovadoras medidas implantadas pela coordenadora da Educação. Essa capacidade em buscar o novo no contexto das demandas de um município que cresceu e exige gestão inteligente, a credencia a ser merecedora do meu amplo reconhecimento”. A afirmação é do prefeito José Carlos Augusto, ao comentar, a pedido do jornal O Guaíra (edição de domingo, 12 de abril) , as experiências promovidas pela pasta da Educação com inovações destinadas a modernizar a estrutura e a qualidade do ensino no município.

VEJA ABAIXO TRANSCRIÇÃO DA MATÉRIA:

Desde janeiro, por determinação de José Carlos, a coordenadora municipal de Educação vem adotando mudanças com potencial de revolucionar o setor e transformá-lo em referência nacional. Em março, o governo guairense, numa realização elogiada pela sociedade, celebrou parceria inédita com o conceituado COC, instituição privada de ensino sediada em Ribeirão Preto, trazendo para a rede municipal material didático, método e treinamento de um sistema que até bem pouco, era privilégio de famílias abastadas que podiam pagar pela grife “COC” para seus filhos. “No mesmo sentido de modernização, realizamos a experiência da terceirização da merenda escolar, amplamente aprovada pelos pais de alunos“, completa a coordenadora de Educação, Malú Garcia, também ouvida por O Guaíra. ”Gastamos em torno de R$ 25 mil e já havíamos dito isso em matéria publicada no Jornal O Guaíra, mas o município, repito, não pagou pela tecnologia de preparo (know-how) nem pelo acompanhamento profissional do processo de elaboração, prerrogativas da empresa experimentada”, detalha a coordenadora. Convicto de suas escolhas, o prefeito José Carlos Augusto diz respeitar o contraditório mas mantém-se firme no propósito de implementar as mudanças que se fizerem necessárias. “Sou um homem público do meu tempo, respeito a história de todos os administradores que me antecederam mas não posso praticar a irresponsabilidade de manter, sem alteração, uma estrutura de preparo de alimentos escolares que remonta aos anos 80; ou seja, quase trinta anos atrás. De lá para cá o município cresceu, os modelos de gestão pública passaram por profundas transformações e a própria estrutura econômica do país exige uma nova postura dos governantes. Já disse mais de uma vez que o legado de meu governo será a modernização em todos os níveis da administração pública e, portanto, estou preparado para enfrentar as resistências naturais a qualquer processo de mudança. Quem não tem coragem de mudar não sai do lugar”, declarou o prefeito. O chefe do executivo afirmou ainda que respeita o contraditório e acredita no papel fundamental do parlamento. “Já fui vereador e também resisti a mudanças, mas o bom senso e o equilíbrio prevaleceram no final. Sabemos que a Central de Alimentação, apesar dos esforços de seus funcionários, não apresenta lastro para atendimento contínuo de demandas crescentes. Tenho a convicção de que a Câmara Municipal saberá avaliar isso com a responsabilidade e o compromisso que têm pautado suas decisões desde que assumi o Paço Municipal”, afirmou.



Vigilância Sanitária encontrou problemas na Central de Alimentação

Em recente avaliação do local, a vigilância sanitária encontrou problemas estruturais na Central de Alimentação. Atropelado pelo tempo, o órgão, criado na década de 80, precisa de reformas e uma série de adequações. “Os gastos que teríamos com isso não alcançariam um estado de excelência permanente. A central tem uma estrutura limitada, para um município que não parou de crescer. É muito mais inteligente buscarmos qualidade em serviços profissionais terceirizados que podem ser trocados a qualquer tempo do que investirmos numa estrutura que jamais conseguirá acompanhar a demanda”, explica a coordenadora de Educação, Malú Garcia.



Custos e qualidade das refeições

As refeições da merenda terceirizada conquistaram a aprovação dos pais de alunos e apresentaram uma relação custo-benefício que agradou aos planos de modernização da Coordenadoria de Educação. Na creche Dirce Barros Lellis, uma das duas unidades de ensino em que a experiência foi adotada, o custo diário da merenda terceirizada por criança ficou em R$ 5,71 (desjejum, refeição, lanche da tarde e jantar), com cardápios diferenciados por faixa etária (crianças do berçário - até 2 anos - e crianças do Maternal ao Jardim - até 5 anos ). Na EMEF Francisco Gomes, a outra escola onde a merenda foi testada, o custo total diário por aluno foi de R$ 2, 48 ( desjejum, almoço e lanche da tarde), para crianças de 6 a 11 anos. Nas duas escolas, o cardápio terceirizado respeitou rigorosamente as normas nutricionais preconizadas pelos órgãos de controle e acompanhamento. “Mesmo que fizéssemos uma grande e dispendiosa reforma na Central de Alimentação, esta exatidão de qualidade alcançada pela merenda terceirizada jamais conseguiria ser alcan-çada por um modelo de cozinha centralizado, como é o caso da Central de Alimentação”, explica Malú. “Com a terceirização, cada escola teria sua própria cozinha, com preparo profissional, sem o sempre inadequado deslocamento de alimentos preparados”, explica a coordenadora. “Não é preciso ser uma PhD em nutrição para saber o óbvio: a qualidade do alimento preparado no local que será consumido é muito melhor do que submeter este alimento a um transporte diário desnecessário”, afirmou Malú.



Licitação rigorosa e empregos em Guaíra



A Coordenadora de Educação explicou ainda que uma eventual licitação para a terceirização da merenda exigirá em edital, condições que façam as divisas circularem no município para a geração de empregos locais. “Qualquer que seja a empresa ganhadora de uma eventual licitação, terá de gerar empregos no município. Assim, no caso da merenda terceirizada, a empresa terá de comprar os alimentos de fornecedores guairenses e empregar moradores do município em suas cozinhas de preparo. Esta é a gestão que consideramos adequada para garantir uma alimentação de qualidade e muito acima da média para nossos alunos. É um investimento com retorno social e econômico garantido: crianças alimentadas por um cardápio com preparo profissional são estudantes com aproveitamento superior. O aprendizado flui e o rendimento é excepcional. Temos certeza que é isso que qualquer pai deseja para seus filhos”, conclui a coordenadora.

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