sexta-feira, 19 de março de 2010
TORMENTA DE PRAZOS, INFORMAÇÕES AMBÍGUAS E ESCOLHAS COMPLEXAS
ARQUIVO - Durante minha posse, em janeiro de 2009, aceno para a população: um coração justo me guia
"As promessas de cada governo são folhas em um mar turbulento. Nenhum presidente eleito ou seus assessores podem saber ao certo em que praias serão finalmente lançados por essa tormenta de prazos, informações ambíguas, escolhas complexas e múltiplas pressões que recaem sobre todos os líderes de uma grande nação"
Henry Kissinger (White House Years)
Considero a frase acima, extraída da obra "White House Years", de Henry Kissinger, o célebre assessor de Segurança Nacional e Secretário de Estado americano, uma das mais brilhantes sobre o universo da vida pública. Ainda que a frase originalmente faça referência às dificuldades de se exercer, na plenitude, a presidência de um país, ela é perfeitamente aplicável a outras esferas do poder executivo. Governadores e prefeitos, cada qual na solidão (comum a todos) de suas decisões; de fato, nunca saberão com certeza em que praias serão lançados pela enorme complexidade da natureza de seu trabalho. Trabalhamos com prazos que se modificam ao sabor de acontecimentos sobre os quais não temos controle ( e se ilude quem acha que um dia irá tê-lo no exercício real da vida pública). Há uma avalanche de informações, pressões populares (legítimas ou não); forças oposicionistas, labirintos burocráticos, dificuldades financeiras, problemas internos de múltiplas origens e a imponderável onda do destino; que nos reserva surpresas para as quais, quando muito, tentamos nos convencer - sem sucesso - que estamos "preparados". Em 1956, o marechal britânico Lorde Montgomery, afirmou, categórico: "A guerra é um jogo bastante brutal, mas acho que a política é pior". Ele tinha razão. E a política se torna tanto pior se não estivermos prontos para enxergá-la, durante todos os dias do exercício do mandato, como uma tempestade que nos dipusemos a enfrentar com força, coragem, obstinação, apoio da família e, sobretudo, fé. Quando vejo assessores atormentados por momentos de crise ou pressão da imprensa (como as que ocorreram na semana que passou), tento me afastar para dentro de meu próprio coração. Fui educado para ser justo e não carrego má-fé em minhas veias. Na solidão da conversa com meu coração encontro, quase sempre, as respostas que a pressão brutal do trabalho no exercício do cargo geralmente impede. Quando um governante sabe o momento de conversar com seu próprio coração ele consegue sobreviver às tormentas citadas na frase de Kissinger. A grande maioria de minhas decisões são tomadas, depois de ouvir (ou escutar) assessores, amigos e conselheiros, de forma solitária. Meu coração me guia. Ele me diz o que nenhum assessor pode dizer; o que nenhum amigo pode saber e o que nenhum opositor conseguiria entender. Quando olho firmemente para frente e vejo a quantidade de cidadãos cujs vidas podem ser influenciadas por minhas decisões, as tomo guiado pela certeza da justiça. Por mais que minhas forças físicas, por muitas vezes, pareçam esvair-se quando chego em casa, aquele cansaço gratificante que sinto indica, sobretudo, que em mais um dia de trabalho, fui justo. Não acerto sempre, é claro. Mas jamais, em nenhum momento, passa pela minha cabeça a idéia de não estar colocando todo o meu coração a serviço de uma população. Tenho orgulho de ter sido escolhido. Me faz bem ser exigido à exaustão. Me propus a isso. Que ninguém, entre aqueles que ainda não aprenderam a conversar com o próprio coração, duvide de minha obstinação. Estou construindo uma Guaíra melhor para todos os guairenses. Os fatos e tão somente os fatos, estão a mostrar isso, semana a semana. Jamais perderia a oportunidade que me foi dada. Quando fui escolhido os eleitores votaram também em meu coração. E ele bate por Guaíra; pelas decisões justas e pela coragem.
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